sábado, 17 de fevereiro de 2018

Delatores dizem a Moro desconhecer obras no sítio de Atibaia


Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco e Dalton Avancini prestaram depoimentos como testemunhas de acusação em processo contra Lula

Por João Pedroso de Campos

access_time16 fev 2018, 21h05 - Publicado em 16 fev 2018, 20h54

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Ex-presidente Lula discursa na Praça da República em São Paulo após ser condenado no TRF4 em Porto Alegre - 24/01/2018 (Heitor Feitosa/VEJA.com)

Quatro delatores premiados da Operação Lava Jato prestaram depoimento nesta sexta-feira como testemunhas de acusação em um processo que tem entre os réus o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Falaram ao juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato em Curitiba, o ex-executivo da empreiteira Camargo Corrêa Dalton Avancini, o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o ex-gerente de Serviços da estatal Pedro Barusco.

Questionados pela procuradora da República Jerusa Viecili e pelo advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, os quatro delatores confirmaram pagamento de propinas em contratos da Petrobras pelas empreiteiras Odebrecht e OAS, a exemplo das obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, além de dois gasodutos construídos para a estatal.

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Avancini, Youssef, Costa e Barusco negaram, no entanto, que tenham conhecimento sobre obras feitas pela Odebrecht e a OAS, além da empreiteira Schahin, no sítio Santa Bárbara, na cidade de Atibaia (SP), frequentado pelo petista e sua família e cujos donos são próximos de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho mais velho de Lula.

Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) que baseia o processo, as empreiteiras participaram de um “consórcio” que construiu benfeitorias na propriedade, equipada com piscina, churrasqueira, campo de futebol e um lago de peixes, ao custo de 1 milhão de reais. O dinheiro, sustentam os procuradores, foi destinado a Lula como propina de contratos da Petrobras.

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