domingo, 1 de abril de 2018

Vidas ordinárias

A mostra "Ritmos, movimentos, intervalos e mudanças" começa nesta segunda (2), na Vila das Artes
Cena de "Abissal", do realizador cearense Arthur Leite, um dos filme selecionados para a mostra 00:00 · 31.03.2018 Em sentido horário: filmes "Mataram meu irmão", de Cristiano Burlan; "Ficar me trouxe até aqui", de Renata Cavalcante; e "Nobody's Business", de Alan Berliner, que também integram esta edição do cineclube As produções que compõem a mostra "Ritmos, movimentos, intervalos e mudanças" - cinco brasileiras, sendo três cearenses, duas dos Estados Unidos, uma francesa e outra japonesa - voltam suas lentes para dentro de si, como se quisessem buscar respostas para acontecimentos vividos. Os filmes funcionam como uma catarse dos realizadores, ou tentativa de sublimar situações pelas quais passaram em algum momento de suas vidas. "São documentários que partem da vontade de cada diretor em resolver algo de sua própria vida, ou seja, como lidar com alguma dor", explica Yuri Peixoto, que assina a curadoria. A mostra, que abre nesta segunda-feira (2), às 18h30, integra o cronograma de atividades do Cineclube da Escola Pública de Audiovisual Vila das Artes. Serão realizadas quatro sessões ao longo do mês de abril. A primeira exibirá os filmes "Querida Mãe", da diretora Patrícia Cornils, e "Mataram meu irmão, de Cristiano Burlan. Após a sessão, que acontece no auditório da Vila das Artes, o público participará de conversa com Amábile Alexandre, mediada por Yuri Peixoto. A morte constitui o elemento presente na maior parte das obras, que abordam sentimentos como dor, luto e ausência. Em "Mataram meu irmão", o cineasta tenta sublimar a tragédia de ter um irmão assassinado, afirma o curador. "Ele fala sobre a necessidade de lidar com o luto de alguém tão próximo", argumenta. No último documentário da mostra, "Tempo indefinido", o diretor retrata, através de suas lentes, como enfrentou três perdas, em um curto espaço de tempo. Ele perdeu o pai e a avó, em seguida, o filho, de aborto espontâneo. Cearense "O mundo de quem está filmado está presente em todas as obras", analisa Yuri Peixoto. Os documentários apresentados na mostra retratam vidas de pessoas comuns, geralmente, fazem parte da família dos criadores das obras. As produções contemplam diversos tempos. O filme francês "Número zero", realizado em 1971 por Jean Eustache, centra-se em conversa do autor com sua avó. Temática semelhante é explorada em "Abissal" pelo jovem cineasta cearense Arthur Leite, que também mergulhou no universo da avó para contar uma história. Todo mês As exibições acontecerão sempre às 18h30, das segunda-feiras. A previsão é que sejam realizadas uma mostra a cada mês, como parte da programação do cineclube, que funciona há seis anos, na Vila das Artes. Os curadores recebem convites para organizar as mostras, como aconteceu com Yuri Peixoto. Os filmes de "Ritmos, movimentos, intervalos e mudanças" exploram vertente intimista, com ênfase em registro pessoal de cada realizador, complementa Kennya Mendes, coordenadora da Escola Pública de Audiovisual da Escola Vila das Artes. Os temas das produções se aproximam dos filmes considerados "pré-hollywoodianos, que tentavam registrar o mundo ao redor e a interação com tudo que o cerca", pontua Kennya. A coordenadora chama a atenção para a escassez de cineclubes na Cidade, lembrando do programa "Ponto de corte", que investe na formação de público. O objetivo é incentivar a cultura cineclubismo, sobretudo, entre os jovens. "O programa está previsto para acontecer neste ano e tem duração entre três e quatro meses", promete. Programação Sessão 1, segunda (2) "Querida mãe" (2008, 26min), de Patrícia Cornils "Mataram meu irmão" (2011, 77min), de Cristiano Burlan Conversa com Amábile Alexandre Sessão 2, dia 9/4 "Ficar me trouxe até aqui" (2016, 21min), de Renata Cavalcante "Número zero" (1971, 47min), de Jean Eustache "Abissal" (2016, 17min), de Arthur Leite Conversa mediada por Yuri Peixoto Sessão 3, dia 16/4 "Eu falo de nós" (2017, 34min), de Camila Osório "Morada" (2010, 78min), de Joana Oliveira Conversa mediada por Polly Di Sessão 4, Dia 23/4 "Tarachime" (2006, 43min), de Naomi Kawase "Nobody's Business" (1996, 58min), de Alan Berliner Conversa mediada por Evye Alves Mais informações: Abertura da mostra "Ritmos, movimentos, intervalos e mudanças". Nesta segunda (2), às 18h30, no auditório da Escola Pública de Audiovisual Vila das Artes (R. 24 de Maio, 1221, Centro). Gratuito. Contato: (85) 3252.1444

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