quarta-feira, 21 de março de 2018

Qualidade das águas de 9 rios é considerada insatisfatória

No estudo feito pela SOS Mata Atlântica, nenhum ponto analisado no Ceará apresentou qualidade boa ou ótima
   A Secretaria do Meio Ambiente informou que o "Pacto pelo Cocó" reúne diversas entidades em uma ação articulada que objetiva recuperar o Rio ( Foto: JL Rosa )
01:00 · 21.03.2018 por Thatiany Nascimento - Repórter
Durante 12 meses - março de 2017 a fevereiro de 2018 - as águas de nove rios, riachos e lagoas localizados em Fortaleza e em duas cidades da Região Metropolitana foram coletadas e analisadas. O resultado desse monitoramento, feito pela Fundação SOS Mata Atlântica e, divulgado ontem, é mais uma vez desanimador. Dos nove corpos d'água avaliados no Ceará, oito apresentaram situação regular e um está em condição ruim. Nenhum ponto analisado na região tem qualidade boa ou ótima.
Segundo o relatório, a análise busca mensurar a qualidade das águas nas bacias hidrográficas em 17 estados do bioma Mata Atlântica. No Ceará, o monitoramento considerou os rios Pacoti (Eusébio) e Curu (Paracuru) da Região Metropolitana e alguns recursos de Fortaleza: Rio Ceará, Rio Maranguapinho (na região do Siqueira), Rio Maranguapinho (na região da Av. Mister Hull), Riacho Maceió, Açude Santo Anastácio (no Campus do Pici), Riacho Parreão, Rio Cocó e Lagoa de Porangabussu.
As amostras coletadas no Rio Maranguapinho, no bairro Siqueira foram as únicas consideradas ruins. Nos demais pontos, as condições das águas estão um pouco melhor, porém, ainda no patamar avaliado como irregular. No comparativo com a análise realizada em 2017, o Rio Maranguapinho, próximo a avenida Mister Hull, apresenta tendência de melhoria, pois passou de ruim para regular.
A Fundação desenvolveu um kit de análise que utiliza reagentes colorimétricos que permitem realizar as coletas e a análises dos indicadores de qualidade em campo por voluntários. No Ceará, 10 grupos que reúnem voluntários do projeto "Observando os Rios" ajudaram no levantamento, acompanhados e supervisionados pela equipe técnica da SOS Mata Atlântica
Para a medição, o grupo utiliza os parâmetros definidos no Índice de Qualidade da Água (IQA), que, conforme a Fundação, começou a ser adotado no Brasil em 1974 e hoje, representa o principal índice de qualidade desse recurso. Os indicadores apurados são reunidos em um sistema online de dados georreferenciados, que totaliza e disponibiliza o resultado obtido em cada coleta pelos grupos de monitoramento em tempo real.
Foram considerados 16 parâmetros do IQA: temperatura da água e do ambiente, turbidez, espumas, lixo flutuante, odor, material sedimentável, peixes, larvas e vermes vermelhos, larvas e vermes brancos, coliformes totais, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, potencial hidrogeniônico, fosfato e nitrato.
Melhorias
Tendo em vista a demanda de melhoria da qualidade dessas águas, a Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) informou que monitora semanalmente dentro do Programa Águas da Cidade as principais lagoas da Capital. O acompanhamento é feito através de coleta de água e envio para análise de laboratório. Cinco, dentre os nove pontos mencionados no estudo, de acordo com a Seuma, são monitorados.
A poluição que afeta as lagoas, conforme a Seuma, são provenientes do lançamento de esgoto clandestino na rede de drenagem de águas pluviais e do esgoto gerado por ocupações irregulares. O Programa Águas da Cidade, segundo o órgão, atua no combate à poluição desses recursos e realiza atividades que possibilitam a melhoria dos índices de balneabilidade.
Em relação ao Cocó, a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) informa que o "Pacto pelo Cocó" reúne diversas entidades em uma ação articulada pelo Estado que objetiva recuperar o Rio. Segundo o órgão, já foram retiradas de mais de 200 toneladas de vegetação e resíduos sólidos do Rio e do espelho d'água, recuperando a navegação.

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